Folha de São Paulo – O senador tucano Aécio Neves (MG), presidente do PSDB, afirmou nesta quarta-feira (4) que, mesmo tendo protegido a presidente Dilma Rousseff por mais de um ano, a presidente da Petrobras, Graça Foster, deixa a estatal por ter “falado a verdade” ao admitir prejuízos bilionários.
“O curioso na saída de Graça Foster da presidência da Petrobras é que depois de mais de um ano fazendo de tudo para proteger a presidente da República, sua amiga Dilma Rousseff, a presidente Graça Foster resolveu falar a verdade e, há poucos dias, admitiu no balanço da empresa uma perda de ativos de mais de R$88 bilhões. No mesmo momento, admitiu um prejuízo de mais de R$ 2,5 bilhões pelo início das obras feitas irresponsavelmente nas refinarias do Ceará e do Maranhão. Falar a verdade não faz bem a ninguém neste governo”, escreveu Aécio em sua página no Facebook.
Na noite desta terça (3), Aécio havia acusado Dilma de “fritar” Graça ao decidir trocar somente agora o comando da estatal. Para o tucano, Dilma desgastou a “melhor amiga” para substituí-la quando percebeu que sua presença na Petrobras seria “insustentável”.
“Em um gesto de pouca generosidade com sua amiga, a presidente permitiu que ela [Graça] assumisse uma responsabilidade que não é dela. Ela não teve condições de administrar a empresa. Ser amigo da presidente é pior do que ser seu adversário”, disse o tucano.
RENÚNCIA
Graça Foster e cinco diretores renunciaram na manhã desta quarta. Em comunicado ao mercado emitido na manhã desta quarta, a Petrobras afirma que “o Conselho de Administração se reunirá na próxima sexta-feira, dia 06.02.2015, para eleger nova Diretoria face à renúncia da Presidente e de cinco Diretores”.
Nesta terça, Graça passou a tarde reunida com Dilma no Palácio do Planalto. No encontro, segundo a Folha apurou, ela apresentou as cartas de renúncia dos diretores.
A presidente argumentou que precisava de mais tempo para achar substitutos e fecharam a saída após a publicação do prejuízo decorrente de corrupção na estatal.
No entanto, ao retornar ao Rio e conversar com os diretores, eles rejeitaram o cronograma proposto pelo governo e exigiram deixar a empresa nesta quarta. Segundo a Folha apurou, a presidente da estatal, no entanto, conseguiu que as demissões fossem na sexta-feira (6), na reunião do Conselho de Administração.
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