Por mais que o governo Roseana Sarney tente passar para a opinião pública que a saúde do Maranhão é exemplo para o restante do país, a realidade mostra que vivemos um verdadeiro caos no setor. Mesmo com a inauguração de algumas dezenas de hospitais, maranhenses do interior do estado continuam buscando atendimento nas unidades de saúde da capital, ajudando a sobrecarregar os dois hospitais de urgência e emergência.
As UPAs, que poderiam ajudar a desafogar os Socorrões, não atendem a pacientes transportados por ambulância do interior do Estado. Isso ficou evidente, na noite de quinta-feira(19), quando uma ambulância de São Benedito do Rio Preto, a 243 km de São Luís, transportava uma senhora, 64 anos, com AVC. Sabendo que a ambulância não teria acesso à UPA do Parque Vitória, o motorista estacionou nas proximidades da Praça do Rodão para tentar colocar a paciente em outro veículo para que fosse transportada até a unidade de saúde. Depois da recusa de um taxista, um morador do bairro resolveu fazer o transporte da paciente.
A situação vexatória e de desrespeito foi registrada por Edivaldo Santos, conhecido por ‘Baiano’, morador do Parque Vitória. As fotos do momento em que a paciente era retirada da ambulância e colocada em um veículo particular foram publicadas no facebook.
Baiano aproveitou para relatar esse descaso.
Uma das cenas mais tristes que presenciei, durante toda a minha vida. Estava indo para a organização do Arraial no Rodão, Parque Vitória, quando me deparei com uma Ambulância parada, próximo a Caixa d'água. Portas abertas e uma maca com um paciente no meio da rua. Estranhei aquela cena e me aproximei das pessoas que estavam acompanhando o paciente e perguntei: a Ambulância quebrou? Não! Alguém respondeu: estamos aqui por que a UPA não deixa Ambulância do interior entrar.
A ambulância percorreu 243 km para chegar à UPA do Parque Vitória |
Pedimos a um taxista para levar a senhora - que aparentavam uns 65 anos - e o mesmo se recusou dizendo que tinha uma corrida, mas todos perceberam que o mesmo não quis levar por que era muito perto e a corrida não valeria a pena, para o taxista...Caixa d'água do Parque Vitória para UPA, aproximadamente, 500 metros. Para este taxista o valor da corrida tem mais importância do que a vida de um ser humano.
Não me interessa quais as razões e motivos ou regras que leva a UPA a recusar um ser humano, doente (neste caso AVC) só por que estava em uma Ambulância do Interior. Meu Deus, quantas insensibilidades. SUS... Sistema Único de Saúde...Saúde: direito Universal...onde e quando?
Uma senhora, um ser humano estava ali no meio da rua sem nenhum respeito a sua dignidade. Quanta crueldade, covardia e desumanismo.
Não conhecia ninguém, mas o meu lado humano falou mais forte... ia passando um senhor em um carro e o pedi, depois de explicar a situação, que a levasse na UPA. Desceu os seus acompanhantes do carro e prestou este favor em defesa da vida. Nunca mais vou esquecer esta cena...tão triste...um paciente, dois filhos sem saber o que fazer.
Por que alguém criou esta regra cruel? E um taxista desumano e covarde se recusou a atendê-la. Espero que tenha sido recebida. Quanta covardia com um ser humano! Faltam-me palavras para definir. Ambulância de São Benedito do Rio Preto.
Pergunta-se: é esta a saúde de qualidade que o governo Roseana iria garantir aos maranhenses? Será que o Ministério da Saúde tem conhecimento dessa determinação de que pacientes do interior, transportados em ambulâncias, não devem ser atendidos nas Upas de São Luís? Cadê os hospitais que o governo está inaugurando no interior? Por que não atendem a essas pessoas que continuam buscando socorro em hospitais de São Luís? E o Ministério Público, o que acha dessa falta de respeito ao cidadão?
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