JM Cunha Santos
Governadora Roseana Sarney |
Embora lhe faltem apenas quatro meses de mandato, uma análise fria dos últimos fatos da política leva a concluir que dificilmente Roseana Sarney chegará até o dia 31 de dezembro governando o Estado. É como uma avalanche, agravada pelo período de campanha, que impõe os holofotes da imprensa nacional e o olho da Justiça e da Polícia Federal sobre o governo do Maranhão.
Para todos os efeitos, o desesperado grupo Sarney vai perder essa eleição, o que tira ao chefe do grupo, José Sarney, forças para proteger o governo da filha. A Justiça já não é mais a mesma e empurra a Polícia Federal numa impiedosa caça aos corruptos no Brasil. E a corrupção no Maranhão ultrapassou todos os limites da decência pública. O senador Lobão também não serve de anteparo. O Ministério das Minas e Energias, sob seu comando, está sob observação do Tribunal de Contas da União, da Controladoria Geral da União e a corrupção na Petrobrás o deixa de mãos atadas. Já pediram a cabeça de Graça Foster e podem pedir a dele a qualquer momento.
O ladrão em maior evidência hoje no país é Alberto Youssef e sua contadora acusou o governo do Maranhão de receber propina das mãos dele para pagar à Constran precatórios de uma obra que, segundo disse à época o procurador-geral do Estado, Milson Coutinho, nunca existiu. Assim mesmo, a dívida com a empresa foi reconhecida pelo governo Lobão. Veio em seguida a devassa na Dimensão Engenharia, empresa de muitos contratos com o governo e Paulo Guimarães, sócio do irmão da governadora, Fernando Sarney, foi arrastado para prestar depoimento na Polícia Federal acusado, dentre outras coisas, de associação criminosa e sonegação fiscal.
Na Assembléia, deputados preparam o impeachment da governadora, a juíza maranhense Luiza Nepomuceno quer que os secretários de Roseana prestem esclarecimentos à Justiça maranhense, o Tribunal de Justiça desmentiu a governadora publicamente no caso Constran e o depoimento da contadora Meire Poza levou a governadora às barras do STJ. Para complicar ainda mais, o doleiro Alberto Youssef pode aderir por todo dia de hoje à delação premiada. Se ele ao menos confirmar o depoimento da contadora, parte do governo do Maranhão pode ir parar na cadeia.
E o candidato de Roseana Sarney encarna a figura de um play boy desvairado com problemas com a Justiça desde o dia em que nasceu. Foi condenado duas vezes, acusado pelo Ministério Público Federal de transferir para sua empregada uma dívida de R$ 5 milhões em impostos, a exemplo da Dimensão Engenharia a Difusora Incorporações está sob suspeita no Programa Minha Casa Minha Vida e é acusado de receber indevidamente dinheiro do aluguel de um prédio para o Estado. É uma candidatura que só agrava a delicada situação do governo Roseana Sarney.
Nessa situação, dificilmente o governo Roseana Sarney emplaca dezembro.
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