A governadora Roseana Sarney (PMDB) reagiu com indignação, hoje (12), à denúncia veiculada ontem (11) pelo Jornal Nacional segundo a qual o doleiro Alberto Youssef, preso pela Polícia Federal no bojo da Operação Lava a Jato, teria subornado membros do Governo do Maranhão, oferecendo R$ 6 milhões, em troca do pagamento de precatório de mais de R$ 100 milhões à empreiteira Constran.
Roseana disse não ser “mulher que seja comprada” e anunciou que acionará a Justiça par esclarecer o caso (veja abaixo a íntegra do pronunciamento).
“Não deixarei de tomar minhas providências perante a Justiça para que isso seja devidamente esclarecido, porque a população quer que isso seja esclarecido”, declarou, no Palácio dos Leões, durante solenidade de entrega de ônibus escolares a prefeitos maranhenses.
Ela fez, ainda, um desafio. “Eu estou há quatro mandatos como governadora do Estado do Maranhão e desafio qualquer empreiteiro, qualquer empresa ou qualquer prestador de serviço a dizer aqui, a dizer a alguém, que algum dia me deu algum recurso, algum dinheiro que possa ter me comprado. Porque eu não sou mulher que seja comprada. Eu sou mulher que tenho ideal: que é o meu estado, que é o Maranhão”, completou.
Ainda no discurso, a governadora disse não estar na política para se “locupletar” e condenou que considerou uso político-eleitoral do caso Constran.
“Eu estou na política não é para me locupletar. Eu estou na política é para ajudar os outros [...]. E é por isso que eu estou aqui. E é por isso, também, que fico indignada e não vou admitir que meu nome seja colocado para poder ser manobra política – que está se aproximando aí as eleições”, finalizou.
De acordo com reportagem divulgada no Jornal Nacional (veja aqui), a contadora do doleiro, Meire Poza, realtou em depoimento à PF que a Constran pediu que Youssef subornasse o Governo do Maranhão. Em troca, a empresa furaria a fila dos pagamentos judiciais e receberia, antecipadamente, R$ 120 milhões em precatórios.
Segundo Poza, para combinar os detalhes da operação houve uma reunião no dia 10 de setembro do ano passado, da qual teriam participado o ex-secretário-chefe da Casa Civil, João Abreu; um assessor identificado como Bringel; a presidente do Instituto de Previdência do Estado, Graça Cutrim; e a procuradora-geral Helena Maria Haickel. Mais cedo, a titular da PGE emitiu nota por meio da qual garantiu nunca haver participado de “reunião clandestina” (reveja).
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