Editorial do JP
Saltam aos olhos a arrogância e o rancor do senador José Sarney no artigo ‘Boca do Inferno’, publicado no último domingo, na capa do jornal O Estado do Maranhão. Poucas vezes se viu o afável e sedutor José Sarney expressar-se dessa forma. Uma delas foi quando se dirigiu ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, na época do Caso Lunus, ao culpá-lo pela derrocada da candidatura de sua filha à Presidência da República. Possesso, Sarney disse que FHC iria pagá-lo.
A arrogância e a ira dele, agora, direcionam-se ao candidato a governador Flávio Dino, uma ameaça concreta ao seu império no Maranhão. Dissimulado, tenta justificar sua fúria condenando os adversários por “difamar, insultar e vilipendiar o Maranhão” e por “usar números falsos” para atingir seu grupo político. “Tudo hipocrisia e desejo de que sejamos Venezuela. O Maranhão comunista é a mudança que desejam”, ressalta.
Na verdade, o Maranhão, mais uma vez, apenas está sendo usado. Ou alguém em sã consciência acredita que o senador Sarney se preocupa com o que falam desse estado? Fosse isso verdade, com tudo que já foi no país, que chegou a governar; com toda influência e força política que já teve no coração do poder, teria se preocupado e feito pelo Maranhão o que o falecido Senador Antônio Carlos Magalhães, com menos da metade desse poder, fez pela Bahia.
Usa Sarney o Maranhão, mais uma vez, para descarregar o seu rancor, a sua ira, o seu ódio contra aqueles que estão tomando o estado das suas mãos. Usa Sarney o Maranhão porque não tem coragem de assumir o verdadeiro motivo do seu arrogante artigo.
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