Em visita ao Maranhão, o candidato do PSB à Presidência da República Eduardo Campos tentou aproveitar o desgaste do clã Sarney no Estado para associá-lo à adversária Dilma Rousseff. “Eu fui o único candidato do Brasil que disse com todas as letras que quando eu e Marina Silva estivermos governando o Brasil, a partir do dia 1º de janeiro, o PMDB de José Sarney estará na oposição. É a primeira vez em cinquenta anos que temos um candidato que diz isso. Quem quiser prestar homenagem ao Sarney que vote na Dilma”, disse.
Apesar de ter transferido seu domicílio eleitoral para o Amapá nos anos 1990, Sarney ainda tem o Maranhão como reduto político. O Estado é comandado há mais de quatro décadas pelo seu grupo político e sua filha, Roseana Sarney, é governadora no quarto mandato. Desgastados, os dois desistiram de disputar as eleições neste ano.
“Todo mundo sabe que o PMDB está com o pé em duas canoas. A única canoa em que ele não coloca o pé é na nossa, porque a nossa canoa é a de renovação política”, completou Eduardo Campos em entrevista a jornalistas locais.
O pessebista reforçou que o Maranhão vive um ciclo de mudança, com a saída do grupo de poder de Sarney, e que por isso tem um valor simbólico para sua campanha e de Marina. “Estamos aqui em sinal de respeito à luta da oposição no Maranhão”, disse Campos, explicando porque a campanha dos dois no Nordeste se iniciava ali.
O candidato do PSB desembarcou na manhã desta quinta na capital maranhense, retomando a agenda de campanha após pausa de um dia motivada pela eliminação do Brasil da Copa do Mundo. Campos foi ao Maranhão acompanhado de sua vice, Marina Silva, e participou na tarde desta quinta de uma caminhada pela Rua Grande ao lado do candidato ao governo estadual Flavio Dino (PCdoB), apoiado pelo PSB – e adversário de Lobão Filho (PMDB), herdeiro político da família Sarney.
Na sexta-feira, Campos deve visitar as cidades de Natal e Mossoró, no Rio Grande do Norte. “A população do Nordeste acreditou muito no governo da presidente Dilma (…). Após quatro anos, a população percebe que a nossa região não teve a atenção que esperava”, disse. ” Quem é mais vulnerável sofre mais. O Nordeste está mais fraco.”
ELEITOR PETISTA
A ex-senadora Marina Silva, vice na chapa de Campos, também participou da visita ao Maranhão. A cúpula do PSB aposta nos votos do Norte e Nordeste – onde a presidente Dilma Rousseff teve melhor desempenho nas eleições de 2010 – para deslanchar Campos nas pesquisas de intenção de votos. Dirigentes da campanha vão explorar a ideia de que Marina e Campos vêm da região e, por isso, irão olhar mais pela população local.
Campos imprimiu a estratégia em seu discurso e disse que “se não fosse o Norte e o Nordeste, Dilma não seria presidente da República”, mas ponderou a “falta de atenção” da petista à região.
“Foi o Norte e o Nordeste que elegeram a presidente Dilma. Passados quatro anos, a população percebe que a região não teve a atenção que esperava ter. Há um acúmulo de decepções e frustrações”, declarou. (Com informações de Veja, Folha e R7)
O exemplo do Acre
A candidata à vice-presidente ao lado de Eduardo Campos (PSB), Marina Silva (PSB-Rede) destacou a experiência de renovação política no Acre e desejou que o exemplo sirva de motivação para a caminhada política no Maranhão. “Em 98, nós tínhamos um estado oprimido e todos os partidos se uniram para eleger um governador. Dezesseis anos depois é a vez do amadurecimento no Maranhão. E o nosso pedido é que daqui a quatro anos, queremos voltar aqui e ver o quanto esse estado mudou”, enfatizou.
“Estamos aqui em sinal de respeito à luta da oposição no Maranhão”, disse o presidenciável Eduardo Campos, falando da necessidade de renovação das práticas políticas no estado. “É a luta para por fim de um ciclo político que já se esgotou para iniciar um ciclo que o povo seja ouvido”, destacou.
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