Cresce o apelo popular contra crimes, abusos e ativismos judiciaisPixabay
A Policia Federal batizou de Operação Faroeste a investigação que culminou no afastamento do presidente do Tribunal de Justiça da Bahia, Gesivaldo Britto, e outros cinco magistrados, na manhã desta terça-feira (19). A suspeita que pesa sobre eles é estarrecedora: venda de sentenças numa disputa judicial que envolve o repasse de mais de 800 mil hectares de terras e transações estimadas em R$ 581 milhões. Um verdadeiro bangue-bangue, com ladrões agindo como se estivessem numa terra de ninguém.
A presunção da inocência nos obriga a manter cautela e aguardar o desenrolar das apurações antes de emitir qualquer julgamento sobre esse caso. Mas isso não nos impede de comemorar que finalmente o braço da Justiça se estenda em direção às mais terríveis organizações criminosas, aquelas compostas por homens públicos que usam a lei como gazua e se protegem entre si.
Dos poderes da República, o Judiciário, por sua própria natureza, é o mais difícil de fiscalizar e punir. E a rara punição, quando vem, é na forma indecorosa de aposentadoria compulsória com salários e gratificações vitalícias. Na verdade, é um prêmio que a própria corporação faz questão de manter, como se a dizer que não adianta a sociedade ir atrás desses senhores poderosos.
Nesse contexto, é fácil entender o apelo popular e a mobilização que causam propostas como a CPI da Lava-Toga e contra abusos e ativismos judiciais. Tem sido um processo doloroso para nossa democracia, mas necessário. E decorrência natural da surpresa (e até euforia) com que muitos brasileiros às prisões de figurões da política e grandes empresários.
Se foi possível chegar a esses mafiosos (que igualmente se julgavam intocáveis), é legítimo que haja a expectativa de que caia a última muralha que separa cidadãos comuns de uma elite de criminosos encastelados na impunidade. Chegou a vez e a hora de botar na cadeia juízes e bandidos togados.
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