Até o momento, a covid-19, doença respiratória causada pelo novo coronavírus (Sars-CoV-2), já matou mais de 293 mil pessoas e infectou mais de 4,3 milhões em todo o mundo. O Brasil já tem mais de 180 mil casos confirmados pelas autoridades de saúde e mais de 12,4 mil mortes, mas sabe-se que essa cifra é muito maior. Tire as principais dúvidas sobre o vírus:
O que é o novo coronavírus?
É um vírus que tem causado uma doença respiratória —a covid-19— pelo agente coronavírus, identificado em dezembro de 2019 na China. Os coronavírus são uma grande família viral, conhecidos desde meados de 1960, que causam infecções respiratórias em seres humanos e em animais. Geralmente, infecções por coronavírus causam doenças respiratórias leves a moderadas, semelhantes a um resfriado comum. Alguns coronavírus podem causar doenças graves com impacto importante em termos de saúde pública, como a Sars (Síndrome Respiratória Aguda Grave), identificada em 2002 e a Mers (Síndrome Respiratória do Oriente Médio), identificada em 2012.
Por que a doença foi batizada de covid-19 ?
"Co" significa corona, "vi" vem de vírus, e "d" representa "doença". O número 19 indica o ano de sua aparição, 2019. Esse nome substitui o de 2019-nCoV, decidido provisoriamente após o surgimento da doença respiratória. O novo nome foi escolhido por ser fácil de pronunciar e não ter referência estigmatizante a um país ou a uma população em particular
Quais são os sintomas do coronavírus?
Os sinais e sintomas clínicos são, principalmente respiratórios, como: febre que não cessa com remédio tosse seca ou com catarro e dificuldade para respirar. Outros sintomas que podem aparecer são fadiga, dor articular, arrepios, náusea ou vômito, nariz entupido, tosse com sangue, olhos inchados, perda de olfato e/ou paladar, dores na caixa torácica, problemas de pele como urticária ou frieira nos dedos dos pés, além de problemas neurológicos. Esses sintomas são normalmente leves e podem progredir. Muitas pessoas infectadas não desenvolvem os sintomas nem sentem-se mal. Cerca de 80% dos casos se recuperam sem tratamento especial. No entanto, 1 em cada 6 casos tem grave falta de ar.Idosos, pessoas com diabetes, pressão alta e outros problemas cardiovasculares são mais suscetíveis a desenvolver sintomas sérios.
Os médicos também têm notado que muitos pacientes sofrem com a formação de coágulos sanguíneos, AVCs e problemas cardíacos. Os cientistas da Universidade de Medicina de Nanjing (China) reportaram casos de pacientes que desenvolveram complicações urinárias e problemas renais agudos. Também observaram alterações nos hormônios sexuais masculinos, motivo pelo qual aconselham os jovens que desejam ter filhos que consultem um médico após a recuperação.
Em crianças, a covid-19 tem causado quadros inflamatórios "multissistêmicos" raros, que se assemelham a uma forma atípica da doença de Kawasaki ou uma síndrome de choque tóxico, que ataca as paredes das artérias e pode provocar uma falência dos órgãos
O coronavírus causa perda de olfato e paladar?
As autoridades sanitárias da França advertiram que a perda do olfato ou do paladar pode ser um dos sintomas no caso de infecção pelo coronavírus. O diretor-geral de saúde do país, Jérôme Salomon, disse que o Conselho Profissional de Otorrinolaringologia os alertou para um aumento dos casos de anosmia —perda total do olfato— sem obstrução nasal. "Parece, desde os primeiros resultados que temos, que estas são formas leves de infecção por coronavírus, especialmente entre os jovens", afirmou Salomon
O que muda quando uma pandemia é declarada?
O termo é usado para descrever uma situação em que uma doença infecciosa ameaça muitas pessoas ao redor do mundo simultaneamente. O exemplo mais recente foi a disseminação global do vírus influenza H1N1, que causou a pandemia da gripe suína, em 2009. Especialistas acreditam que ele tenha infectado milhões de pessoas e matado centenas de milhares.
Mas uma pandemia não se caracteriza pela gravidade da doença que ela causa. O principal fator é o geográfico, quando todas as pessoas no mundo correm risco. Pandemias são mais prováveis com novos vírus. Como não temos defesas naturais contra eles ou medicamentos e vacinas para nos proteger, eles conseguem infectar muitas pessoas e se espalhar facilmente e de forma sustentada.
Como surgiu o coronavírus?
Novos vírus são descobertos a todo momento. Grande parte pula de outras espécies, onde passam despercebidos, para os humanos. A Sars passou para os humanos a partir de um animal selvagem conhecido como civeta (ou gato-de-algália, parente do guaxinim) —que era considerado uma iguaria na região de Guangdong, na China.
Já a Mers (Síndrome Respiratória do Oriente Médio, na sigla em inglês), que matou 858 dos 2.494 pacientes identificados com a infecção desde 2012, geralmente pula de dromedários.
Como o coronavírus se transmite?
A transmissão dos coronavírus costuma ocorrer por contato pessoal com secreções contaminadas, como:
gotículas de saliva;
espirro;
tosse;
catarro;
contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão;
contato com objetos ou superfícies contaminadas,
seguido de contato com a
boca, nariz ou olhos
O vírus pode ficar incubado por duas semanas, período em que os primeiros sintomas levam para aparecer desde a infecção
O coronavírus pode ser transmitido pelos alimentos?
A resposta é: não há nenhuma evidência a esse respeito. A Autoridade Europeia de Segurança dos Alimentos (European Food Safety Authority - EFSA), quando avaliou esse risco em outras epidemias causadas por vírus da mesma família, concluiu que não houve transmissão por alimentos. De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), o comportamento do novo coronavírus deve ser semelhante aos outros tipos da mesma família. Assim sendo, ele precisa de um hospedeiro —animal ou humano— para se multiplicar. Além disso, esse grupo de vírus é sensível às temperaturas normalmente utilizadas para cozimento dos alimentos (em torno de 70ºC). No caso de alimentos que são habitualmente consumidos crus, deve-se ter atenção redobrada com a procedência e a higiene.
"Os animais de produção são fontes de transmissão do coronavírus desde que esses estejam contaminados, mas o cozimento em casa garante a segurança do consumidor. O vírus necessita de outro ser vivo para expressar sua carga genética e poder se multiplicar. No caso dos alimentos, não há possibilidade dele se multiplicar nos produtos já disponíveis nas gôndolas dos supermercados. É importante, no entanto, que os produtos de origem animal não sejam consumidos mal passados", explica a professora Aline Cesar, do departamento de agroindústria, alimentos e nutrição da Esalq-USP (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo)/
O coronavírus mata?
Sim. A morte pode ocorrer por complicações da infecção, principalmente respiratórias. Nos casos mais graves, a pessoa pode ter que ser intubada e passar semanas na UTI (unidade de terapia intensiva), mas vale ressaltar que leva tempo até que uma infecção resulte em recuperação ou morte.
Como se prevenir e evitar o coronavírus?
O Ministério da Saúde orienta cuidados básicos para reduzir o risco geral de contrair ou transmitir infecções respiratórias agudas, incluindo o novo coronavírus. Entre as medidas estão
Lavar as mãos frequentemente com água e sabonete por pelo menos 20 segundos. Se não houver água e sabonete, usar um desinfetante para as mãos à base de álcool, como álcool em gel.
Evitar tocar nos olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas.
Evitar contato próximo com pessoas doentes.
Ficar em casa quando estiver doente.
Cobrir boca e nariz ao tossir ou espirrar com um lenço de papel e jogar no lixo, ou com o antebraço.
Limpar e desinfetar objetos e superfícies tocados com frequência.
Evitar abraços, beijos e apertos de mãos.
Manter distância de até 1 metro das pessoas.
Profissionais de saúde devem utilizar medidas de precaução padrão, de contato e de gotículas (máscara cirúrgica/
Para a realização de procedimentos que gerem aerossolização de secreções respiratórias como intubação, aspiração de vias aéreas ou indução de escarro, deverá ser utilizado precaução por aerossóis, com uso de máscara N95.
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