Torcedor: “Zé Ricardo + convicções = cheirinho de hepta”






Depois de mais uma rodada, o Flamengo chegou a mais um empate – o oitavo – no Campeonato Brasileiro. Para alguns, o empate na Arena Corinthians foi um bom resultado, já que enfrentou o líder dentro dos seus domínios. Mas, quando se olha a situação da tabela antes do jogo, tendo o Corinthians com 12 pontos de vantagem sobre o rubro-negro, o resultado foi bastante ruim. O elenco do Mais Querido no “papel” é bem superior ao deles e que o Fla teria a possibilidade de diminuir a vantagem para 6 pontos na melhor das hipóteses (caso vencessem as duas partidas contra o Timão). Porém, com o empate, além de ter que vencê-los no returno, ainda teremos que torcer por outros quatro resultados negativos do alvinegro. A campanha até aqui se assemelha bastante a de 2011, pelo número de empates excessivos da equipe. Entretanto, naquele campeonato, o Mengão só foi ter a primeira derrota na 17ª rodada, terminando o primeiro turno há apenas um ponto do líder (coincidentemente o Corinthians), que futuramente se sagraria campeão brasileiro.

O que deixa a maioria dos torcedores do Flamengo irritados partida após partida, é que o técnico, além de não mostrar em suas entrevistas uma postura mais firme para cobrar por melhores resultados, transparece que chegou ao seu limite no cargo. Há seis partidas, pelo menos, o time toma gols da mesma forma (bola enfiada entre os zagueiros ou nas costas do lateral). Desde o ano passado, por volta da 28ª rodada do campeonato que os adversários já sabem neutralizar o time carioca, pois o esquema, e, principalmente a forma de jogar já estão mais do que manjados, sendo que na maioria das vezes, só conseguem o resultado positivo graças à individualidade de seus melhores jogadores.

E aí é fica o questionamento: quando Zé Ricardo irá rever suas convicções e fazer esse time, que depois de anos tem um ótimo elenco, salários em dia, estrutura de ponta para treinamentos, análise de desempenho e prevenção de lesões, ingredientes necessários para formar um time campeão e que até hoje pelo menos dos anos 2000 para cá NENHUM técnico jamais teve?

E das várias convicções que Zé Ricardo tem, como manter uma única formação desde que chegou ao time profissional, o 4-2-3-1? Mesmo que não tenha jogadores para isso, como foi em alguns jogos em que colocou quatro laterais em campo, a forma do time jogar é idêntica. Nem a chegada de Éverton Ribeiro no meio do ano para ajudar Diego na criação de jogadas, mudou a velha “jogadinha” de lançar o lateral ou o ponta até a linha de fundo, e fazer os “30 e poucos” cruzamentos de média por jogo, para Guerrero, que disputa sozinho as bolas pelo alto.

Contudo, a pior de todas, sem dúvidas, é a insistência por jogadores de níveis técnicos questionáveis para a atual realidade do clube, sendo que um deles é quase INSUBSTITUÍVEL: Márcio Araújo.
e todas, sem dúvidas, é a insistência por jogadores de níveis técnicos questionáveis para a atual realidade do clube, sendo que um deles é quase INSUBSTITUÍVEL: Márcio Araújo.

 
Márcio Araújo é um dos maiores alvos da torcida

Chega a ser engraçado como Zé Ricardo protege este jogador e faz de tudo para mantê-lo no time titular. Até colocou o time para jogar com três volantes em algumas ocasiões para que o mesmo não pudesse sair do time. Porém, o que não dá para entender é o que esse jogador faz de PRODUTIVO para o coletivo, principalmente um time que em pelo menos 90% de suas partidas sempre tem maior posse de bola que os adversários. Nos últimos jogos, principalmente nesse contra o Corinthians, ficou evidente que Márcio Araújo, junto com o Cuellar, está jogando de 2º volante, aparecendo no ataque com mais frequência (os adversários nem tentam marca-lo, pois sabem que não irá sair nada de mais dos pés dele, e assim, podem efetuar marcação dupla no Diego) e finalizando (sempre para fora). Todavia, outros pontos do camisa 8 precisam ser falados:

●M.A não é um grande ladrão de bolas. Não está nem entre os dez primeiros do Campeonato Brasileiro, tendo média inferior inclusive ao Cuéllar. Ano passado era apenas o terceiro neste quesito no Flamengo, perdendo para Willian Arão e Jorge;

●M.A não faz a saída de bola. Na grande maioria das vezes, se esconde entre os atacantes e levanta os braços sinalizando para tocar em outro lugar;

●M.A não tem passe vertical. Na maioria das vezes, se perde contra-ataque quando a bola cai nos seus pés, já que tem que tocar a bola para outro companheiro fazer o serviço que ele deveria fazer;

●Não tem nenhuma vocação para carregar a bola e ajudar a equipe na armação das jogadas. Em diversos jogos que pegou a bola para carregar ao ataque, errou o passe, proporcionando contra-ataque do adversário. Ou ainda se embaralha com a bola e acaba matando o ataque do flamengo;

●E por fim, diziam que sua maior virtude é ser rápido e fazer muito bem a cobertura defensiva, já que os laterais flamenguistas são bastante ofensivos e avançam com muita frequência ao ataque. Porém, o que nós estamos vendo é uma equipe que há seis jogos toma gols em jogadas de contragolpes, principalmente na falha de cobertura do volante ou de combate para tentar atrapalhar o passe para o gol. Foi assim contra o Palmeiras onde Mina carregou a bola do campo de defesa até o campo de ataque , dando um belo passe para Roger Guedes. O mesmo caso se repete contra o Cruzeiro e Corinthians. Ou seja, aquele argumento de que o time ficava exposto sem o Marcio Araújo de titular acaba caindo por terra, já que pouco está adiantando estar em campo.

os caros leitores para analisar se nossos principais concorrentes, que hoje estão na nossa frente na tabela (Corinthians, Grêmio, Santos e Palmeiras) têm um volante estilo Márcio Araújo, que tem como única função ajudar na marcação, sendo que nem isso faz direito, como analisado nos últimos seis jogos da equipe, em que o Flamengo tomou gol em todas as partidas.

Esquema 4-2-3-1

A troca deste único jogador iria causar um efeito tão positivo no time que diversos erros poderiam ser corrigidos, como a saída de bola, que seria compartilhada pelos dois volantes, cada um por um lado. Além disso, teríamos o revezamento destes nas infiltrações ao ataque, com o ganho técnico de ter mais um jogador que sabe o que fazer com a bola, dando passes verticais, etc. Sendo assim, o rubro-negro poderia utilizar duas formas de jogar: mantendo o atual esquema 4-2-3-1, apenas trocando M.A por Rômulo ou Arão, já que infelizmente com Zé Ricardo a base não será utilizada de forma correta. Ou sendo um pouco mais ousado e escalar a equipe no 4-1-4-1, onde Diego e Éverton Ribeiro ajudariam na marcação pelo meio, juntamente com o Cuéllar, mantendo os dois pontas rápidos que o Zé Ricardo adora ter no time.

Esquema 4-1-4-1

Em ambas as escalações, há apenas a troca de Márcio Araújo. Ainda é possível a mudança dos laterais, principalmente se Zé Ricardo utilizasse o 4-1-4-1, pois Renê tem um poder de marcação maior que o de Trauco. Pela direita, Rodinei poderia entrar, já que possui vigor físico para ajudar na marcação e chegar em velocidade ao ataque. Na defesa, Juan se mantém na zaga até Rhodolfo estar à disposição. Já no ataque, Geuvânio e Vinicius Júnior seriam opções para o segundo tempo.

E aí Zé Ricardo? Até quando suas convicções continuarão a atrapalhar a evolução do Flamengo e nos permitir voos mais altos no Campeonato Brasileiro? Saindo do famoso “cheirinho” para a realidade do HEPTA?
 Por Thiago Nobre

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