por Jorge Aragão13 maio 2017
O governador Flávio Dino (PCdoB) atuou como uma espécie de malabarista nas eleições de 2014, equilibrando-se entre o tucano Aécio Neves, que veio várias vezes a São Luís, durante o primeiro turno, e a petista Dilma Rouseff, escolhida por ele no segundo turno das eleições presidenciais, quando já estava eleito no Maranhão.
O governador parece achar que pode repetir a mesma estratégia em 2018. Ele não quer abrir mão do apoio do PSDB à sua candidatura, mas não cogita também ter o PT em outro palanque.
O problema é que a realidade de 2018 será completamente distinta de 2014. E os ânimos entre petistas e tucanos – com suas visões diferentes de governo – deverão estar em um nível quase insuperável de acirramento nas próximas eleições presidenciais.
Dino não governa um estado de peso eleitoral, como São Paulo ou Minas Gerais. Também não pertence a um partido com significância decisiva na formação de alianças. E sequer tem a mostrar uma gestão pujante, capaz de influenciar o eleitorado de fora do Maranhão.
Sonha, portanto, em querer continuar fazendo seus malabarismos entre dirigentes tucanos e petistas – ainda que muitos deles sonhem apenas com espaços garantidos no quinhão comunista.
Flávio Dino vai ter que escolher entre o PT e o PSDB em seu palanque, e já sabe disso. Tucanos têm alertado a cúpula nacional da presença de petistas com peso extra no palanque de Dino. E petistas têm ganhado cada vez mais peso à medida que o ex-presidente Lula mostra-se cada vez mais pronto para a disputa presidencial.
E quanto mais o comunista demorar na decisão de que lado escolher, mais vai criando condições para acabar perdendo os dois.
Coluna Estado Maior
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