Quadrilha que atuava em cemitério do Rio exumava corpos sem permissão


Do G1 Rio
Jazigos para enterrar parentes eram oferecidos por até R$ 17 mil.
Esquema superfaturava e desviava dinheiro do aluguel de túmulos.

Uma denúncia anônima, recebida há dois meses, levou a polícia a um grande esquema ilegal no Cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap, na Zona Oeste do Rio. Segundo as investigações, quem cuidava da negociação das sepulturas era uma quadrilha, formada por 16 pessoas. A reportagem foi divulgada pelo RJTV nesta terça-feira (13).

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Para ganhar dinheiro, os criminosos faziam de tudo: até exumavam corpos de túmulos alugados por longos períodos para liberar espaço para outras pessoas. Em dias de visita ao cemitério, muitas vítimas sequer sabiam que estavam em frente ao túmulo de outra pessoa.

A organização religiosa que tem a permissão para gerir o cemitério transferiu indevidamente a gestão a Alexandre Meirelles Barreto e Sebastião da Gama Sobrinho. Sob a administração dos dois, irregularidades se multiplicaram.

Irregularidades

Por lei, cemitérios públicos e particulares devem reservar 5% de todo o território para o sepultamento d eindigentes. E foi justamente lá que a polícia descobriu parte do esquema. A quadrilha oferecia os jazigos por até R$ 17 mil para famílias que queriam enterrar seus parentes.

Outros 5% são para aluguel de sepulturas por no máximo dez anos. A polícia descobriu que os atuais gestores ainda montaram um esquema para desviar o dinheiro que ganhavam com o comércio ilegal.

Eles fundaram a empresa Cemitério Jardim Sulacap Ltda., aberta em nome de Sebastião da Gama Sobrinho e Alexandre Meirelles Barreto. Alexandre depois foi substituído pelo cunhado Francisco Edvan Peres e Arquimedes João Fernandes Machado.

Dessa forma, o dinheiro que deveria ser depositado para o Cemitério Jardim da Saudade Sulacap era desviado para a empresa Cemitério Jardim Sulacap Ltda. Para a polícia, a semelhança dos nomes serve para enganar as pessoas que pensam estar pagando para o cemitério. Os agentes também descobriram um esquema para superfaturar e desviar o dinheiro do aluguel de túmulos.

Por lei, esse aluguel só pode ser feito pelo próprio cemitério. Mas segundo a polícia, em Sulacap esse aluguel é feito pela empresa Avelar Comércio e Representações Ltda., de propriedade de Paulo Eduardo Abreu Avelar e Eider de Jesus Avelar da Silva e pela empresa Cemitério Jardim Sulacap Ltda.

A legislação define que o aluguel deve ser de R$ 220, mas o valor cobrado era 20 vezes maior. Outra empresa também era usada para receber esse dinheiro é a Sulacap II, de propriedade de Archimedes João Fernandes Machado, Jeferson da Silva Pereira e Roberto Freitas Falcão.

Essa empresa está registrada no mesmo endereço da Funerária Santa Casa de Copacabana, de Francisca Valdene Peres, mulher de Alexandre e Francisco Edvan Peres, cunhado dele.



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