O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, mostrou seu lado mais obscuro na madrugada desta quinta-feira (30). Presidindo uma sessão que deveria ter sido suspensa devido a grande comoção e urgência que tomou conta dos brasileiros em razão da tragédia envolvendo a Chapecoense, o presidente aproveitou-se do desvio do foco para aprovar medidas que enquadram juízes e promotores. O alvo é o desmonte da Lava Jato.
As dez medidas de combate à corrupção foram totalmente desestruturadas e o que se viu foi um espetáculo para salvar o corporativismo.
Enquanto a população e a imprensa voltava os olhos ao terrível acidente que destruiu dezenas de famílias, os parlamentares aprovavam medidas que enfraqueceram a democracia brasileira e deram fôlego aos crimes de corrupção praticados pelos agentes políticos. Na visão do presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República é um retrocesso absurdo.
“Numa democracia todos temos de respeitar a soberania do parlamento. Mas o que a Câmara fez foi usar essa soberania para destruir qualquer veleidade de um sistema mais eficiente de combate à corrupção e deixar o caminho aberto para vinganças e retaliações contra a magistratura nacional. Como cidadão e líder associativo, o meu respeito ao Congresso não afasta a profunda decepção com o retrocesso.”
Leave a Reply