Procuradora-geral da República pediu ao Supremo Tribunal Federal uma medida judicial que impeça "ingerências" do diretor da PF em investigações
Dodge pediu a Barroso, do STF, "medida judicial" contra Segovi
A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pediu nesta sexta-feira (26) ao ministro Luís Roberto Barroso, do STF (Supremo Tribunal Federal), uma medida judicial para que o diretor-geral da PF (Polícia Federal), Fernando Segovia, não interfira na investigação contra o presidente Michel Temer.
Para Dodge, Segovia deve evitar “qualquer ato de ingerência sobre a persecução penal em curso”.
A manifestação da procuradora foi motivada por um pedido de parecer feito pelo ministro do STF e ocorreu duas semanas após uma entrevista na qual Segovia disse que, no inquérito em que o presidente Temer e outros acusados são investigados pela PF, com autorização do ministro Barroso, os "indícios são muito frágeis" e sugeriu que o inquérito "pode até concluir que não houve crime".
Na petição enviada ao STF, Dodge afirmou que o diretor-geral da PF não tem atribuições para conduzir investigações.
“Quaisquer manifestações a respeito de apurações em curso contrariam os princípios que norteiam a Administração Pública, em especial o da impessoalidade e da moralidade”, argumentou a procuradora.
Raquel Dodge também pediu à primeira instância do Ministério Público Federal no Distrito Federal providências sobre as declarações. A procuradora declarou que cabe ao MPF a missão constitucional de realizar o controle da atividade policial.
Na semana passada, Fernando Segovia disse ao ministro Barroso que não pretendeu “interferir, antecipar conclusões ou induzir o arquivamento” do inquérito sobre o presidente Michel Temer. Ao ministro, Segovia ressaltou que suas declarações foram "distorcidas e mal interpretadas”, que não teve intenção de ameaçar com sanções o delegado responsável pelo caso e também se comprometeu a não dar mais declarações sobre a investigação.
Decreto dos Portos
Temer, o ex-deputado Rodrigo Rocha Loures e os empresários Ricardo Conrado Mesquita e Antônio Celso Grecco, ambos ligados à empresa Rodrimar, que opera no Porto de Santos, são acusados pelo suposto favorecimento da empresa por meio da edição do chamado Decreto dos Portos (Decreto 9.048/2017).
Em janeiro, ao responder por escrito aos questionamentos dos delegados responsáveis pelo caso, a defesa do presidente Temer declarou que ele nunca foi procurado por empresários do setor portuário para tratar da edição do decreto. Sobre o ex-deputado Rocha Loures, um dos investigados no inquérito, Temer disse que nunca o autorizou a fazer tratativas em seu nome. "Peço vênia para realçar a impertinência de tal questão, por colocar em dúvida a minha honorabilidade e dignidade pessoal", escreveu. O presidente também pediu que a investigação seja arquivada.
fonte noticias.r7.com
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