Moro decide enviar investigações das fases "Acarajé" e "Xepa" para o Supremo


Etapas incluem apreensão da lista de políticos beneficiados com repasses da empresa Odebrecht

Marc Souza, da TV Record, em Curitiba (PR)
O juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara da Justiça Federal de Curitiba (PR), decidiu nesta segunda-feira (28) enviar as investigações relacionadas às 23ª e 26ª fases da Operação Lava Jato para o STF (Supremo Tribunal Federal). Chamadas de "Acarajé" e "Xepa", respectivamente, as duas etapas estão sob sigilo.
lista de políticos e partidos beneficiados com repasses da empreiteira Odebrecht, apreendida na casa do presidente da Odebrecht Infraestrutura, Benedicto Barbosa da Silva Júnior, está incluída nas investigações e agora ficará à disposição dos investigadores da força-tarefa da Lava Jato.
Em sua decisão, Moro avisa que "o ideal seria antes aprofundar as apura­ções para remeter os processos apenas di­ante de indícios mais concretos de que e­sses pagamentos seriam também ilícitos".
Em seguida, diz que "a cautela recomenda, porém, que a quest­ão seja submetida desde logo ao Egrégio ­Supremo Tribunal Federal".
— Assim, declino a competência deste proc­esso e o de nº 5010479-08.2016.4.04.7000­, bem como dos conexos, ao Egrégio Supre­mo Tribunal Federal.
Quanto ao material apreendido, porém, o juiz determinou que ficasse em Curitiba: "O material apreendido, por seu volume, ­deve permanecer na Polícia Federal em Cu­ritiba, à disposição do Supremo Tribunal­ Federal".
Durante a 23ª fase da Lava Jato, a força-tarefa encontrou na residência do presidente da Odebrecht Infraestrutura, Benedicto Barbosa Silva Junior, no Rio de Janeiro, a maior relação de políticos e partidos associada a pagamentos de uma empreiteira até agora.
O juiz Sérgio Moro decretou o sigilo da planilha na última quarta-feira (23). A relação não permite depreender se consistem em doações legais de campanha eleitoral ou caixa 2.

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