60% dos deputados dizem ser a favor do impeachment, segundo Datafolha

Índice equivale a 308 votos, 34 a menos que o mínimo para o impeachment.
Datafolha ouviu parlamentares entre 21 de março e 7 de abril.


Do G1, em Brasília

                        Sessão da comissão do impeachment para leitura do parecer do relator (Foto: Zeca Ribeiro / Câmara dos Deputados)

Pesquisa do instituto Datafolha, publicada nesta sexta-feira (8) no jornal "Folha de S.Paulo", afirma que 60% dos deputados federais se dizem favoráveis ao impeachment da presidente Dilma Rousseff.

O Datafolha ouviu uma amostra de 359 parlamentares entre 21 de março e 7 de abril: 291 deputados e 68 senadores.                                     
O índice de 60% representa 308 deputados, considerando o total de votantes (513). Para que o impeachment seja aprovado na Câmara, são necessários 342 votos.

A pesquisa também apurou que 21% dos deputados declararam voto contrário à saída da presidente, o que, pela projeção, representa 108 votos a favor de Dilma. Para se livrar do processo, a presidente precisa de 172 votos.

Os deputados indecisos, de acordo com o Datafolha, são 18% da Câmara. Esses votos decidirão o destino de Dilma.

Os parlamentares entrevistados deram resposta por telefone e na condição de anonimato. Os resultados, segundo o Datafolha, foram ponderados segundo as bancadas dos partidos, "com o pressuposto de que a filiação é uma variável importante na definição do voto". O instituto ressaltou que fatos novos podem mudar a tendência de votação.

O processo de impeachment tramita na comissão especial da Câmara formada para analisar o caso. Nesta quarta-feira (6), o relator, Jovair Arantes (PTB-GO), apresentou parecer pela cassação do mandato da presidente. A comissão deve realizar sessão inclusive no fim de semana para poder votar o parecer na próxima segunda-feira (11). Depois, se aprovada a abertura do processo na comissão, o impeachment será votado no plenário da Casa.

Voto por bancada
A pesquisa investigou também como votam os deputados de cada bancada. No PP, partido da base cortejado pelo governo para reforçar o apoio a Dilma, 57% dizem que votarão pelo impeachment e 30% estão indecisos.

No PMDB, que era o maior partido da base ao lado do PT, mas deixou o governo recentemente, 59% dos deputados devem votar pelo afastamento e 38% não se posicionaram.

Senado
A pesquisa ouviu ainda os senadores. 55% disseram que votariam pelo afastamento definitivo de Dilma e 24% se posicionaram contra. Caso seja aprovado na Câmara, o impeachment tem que passar pelo Senado.

O instituto quis saber o posicionamento dos deputados sobre o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), réu no Supremo Tribunal Federal acusado de irregularidades no esquema de corrupção na Petrobras. Entre os deputados, 61% disseram que defendem sua renúncia e 23% entendem que ele deveria permanecer no cargo.

Também 61% disseram que votariam pela cassação dele caso o processo que tramita no Conselho de Ética chegue ao plenário da Casa. Cunha responde por quebra de decoro e é acusado de manter contas bancárias secretas na Suíça.

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