Carmem Lúcia, Incluiu O Fim Do Foro Privilegiado Como Primeiro Item Na Pauta Do Dia 2/5, Quarta-Feira.



A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, marcou para o próximo dia 2 de maio a finalização do julgamento do processo que envolve a modificação das normas do foro por prerrogativa de função. A limitação do chamado “foro privilegiado” já tinha obtido a maioria dos votos entre os integrantes da Corte quando o ministro Dias Toffoli, numa manobra protelatória, pediu vistas no processo. O pretexto para o pedido de vistas foi a existência da proposta de emenda constitucional para restringir o foro privilegiado em análise no Congresso.

Só que as perspectivas para que a proposta ande no Congresso Nacional são pequenas. Menores ainda considerando o cenário de intervenção federal no Rio de Janeiro, que impede a votação de qualquer PEC no plenário. Com isso, a discussão deve ficar mesmo no âmbito do Judiciário.


Depois de muita pressão por parte dos demais ministros, Toffoli acabou sendo obrigado a devolver o processo no último dia 27 de março. Com a mudança, crimes envolvendo parlamentares só irão para o STF se forem relacionados ao mandato. A proposta não é tão ampla como a que tramita no Congresso, já que mantém o foro de integrantes do Executivo e do Judiciário, mas já remeteria cerca de 90% dos casos de deputados e senadores para a primeira instância.

Um abaixo-assinado virtual pedindo o fim do foro foi criado em dezembro de 2017, mas ganhou força esta semana, depois que a prisão de Lula evidenciou a proteção de políticos também acusados de corrupção, mas que se mantém impunes. Já são mais de 2,2 milhões assinaturas.

A proposta defendida pelo senador Randolfe Rodrigues foi aprovada no Senado, mas, o texto não progride na Câmara dos Deputados. No fim do ano passado, seis meses depois de ficar engavetada, a PEC foi aprovada na Comissão de Constituição e Justiça. Mas ela precisa ainda passar por uma comissão especial que foi criada em dezembro do ano passado. A comissão, naturalmente, naõ funcionou porque os partidos não indicam os integrantes.

O MDB e o Partido dos Trabalhadores têm quatro vagas cada um. Todas continuam abertas. O Partido Progressista tem direito a três cadeiras, mas não fez nenhuma indicação. O PR tem duas vagas, que continuam vazias. PRB, Solidariedade, PSOL e PCdoB têm direito a uma indicação cada um, mas nenhuma foi feita. O deputado Efraim Filho, do DEM, foi o relator na CCJ e admite: falta vontade política na Câmara para acabar com o foro.

O texto estabelece que deputados, senadores, ministros de estado, governadores, comandantes militares, juízes federais e membros do Ministério Público respondam as acusações de crimes comuns na Justiça comum. Isso atingiria quase 50 mil autoridades que hoje têm julgamento especial.

This entry was posted by Chiquinho Carneiro. Bookmark the permalink.

Leave a Reply

Tecnologia do Blogger.