A Polícia paulista prendeu esta semana vários líderes do MSTS, o movimento dos Sem Teto de São Paulo, por suas ligações com o Primeiro Comando da Capital, o PCC, a facção criminosa que controla o tráfico de drogas em boa parte do país. Além de operar para o PCC, o MSTS também atuava, em conjunto com outros movimentos sociais, em favor do PT de Lula e Dilma. O grupo comercializa crack e maconha na conhecida cracolândia na capital paulista.
O PCC é uma organização criminosa financiada principalmente pela venda de crack, maconha e cocaína, mas roubos de cargas e assaltos a bancos também são fontes de faturamento. O grupo está presente em 90% dos presídios paulistas e fatura mais de 600 milhões de reais por ano.
Após as prisões, os investigadores descobriram que os líderes presos na Operação Marrocos tinham uma vida de conforto e luxo, graças ao dinheiro do tráfico de drogas. “O MSTS foi criado para disfarçar a atuação de uma organização criminosa”, disse o delegado Ruy Ferraz Fontes, chefe do Departamento de Narcóticos (Denarc), que confirmou que o grupo se fundiu à organização criminosa que comanda o tráfico de drogas no país de dentro dos presídios de segurança máxima.
SEGUNDO O SITE IMPRENSA VIVA .O secretário-geral do MSTS, Wladimir Ribeiro Brito, preso em Maceió, em Alagoas, passava uma temporada de férias com a namorada, cercado de luxo e ostentação. Segundo as investigações, ele desviou dinheiro do PCC para comprar uma casa para a companheira e estava sendo cobrado pela facção.
Nas redes sociais, ele aparece em carros de luxo – várias fotos em veículos diferentes foram publicadas em 2015 na sua página no Facebook. O suspeito, porém, já cancelou a conta. Alguns veículos dele foram apreendidos pela Polícia Civil.
Para os investigadores, Ribeiro organizava encontros dos chefes do PCC que atuavam na Cracolândia. As reuniões aconteciam no 12.º andar do Cine Marrocos. Em um grampo, ele aparece negociando com uma traficante – que o chama de “patrão”. “Eu nem comprei maconha nessa semana para não me comprometer”, diz no áudio.
Já o coordenador-geral, Robinson Nascimento dos Santos, foi preso em casa, no Jabaquara, zona sul da capital. Segundo a Polícia Civil, o imóvel é de classe média alta e Santos também seria dono de uma casa de shows, chamada “Caldeirão”. Ele é acusado de coordenar a distribuição de drogas na região da Cracolândia, bem como de cuidar da contabilidade dos criminosos.
O Estado apurou que Santos seria cabo eleitoral do candidato a vereador Manolo Wanderley, do PCdoB. Segundo as investigações, Santos recebeu dinheiro para captar votos dos moradores da ocupação no Cine Marrocos. A direção estadual do partido informou que não localizou o responsável pelo diretório municipal para comentar o caso.
A vice-presidente do movimento, Lindalva Silva, também foi presa em casa, no bairro da Saúde, zona sul. Para a polícia, ela participava da contabilidade do tráfico e da distribuição do crack. “A vice-presidente mora em uma casa de alto padrão”, afirma Fontes. Segundo ele, nenhum líder do movimento morava nas ocupações. Todos têm imóveis e outros bens. A reportagem não localizou representantes do MSTS para comentar o caso.
Para a Polícia Civil, os integrantes da diretoria são ligados ao Primeiro Comando da Capital (PCC) e nunca atuaram na área de habitação. “O único interesse era o tráfico de drogas e estruturar o PCC dentro dos movimentos de moradia”, afirmou Fontes.
Alvo da operação, o prédio do Cine Marrocos seria o quartel-general do PCC na Cracolândia. Lá, criminosos se reuniam para contabilizar o dinheiro e definir o que fariam com traficantes devedores. As manifestações à favor do PT e contra o impeachment de Dilma também eram coordenadas no local.
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