Paulo Bernardo e outros 7 presos depõem na Justiça Federal em SP


Os oito passaram a noite na sede da Polícia Federal em São Paulo.
Segundo PF, organização fraudava serviço de gestão de crédito consignado.


Tatiana SantiagoDo G1 São Paulo
O ex-ministro do Planejamento Paulo Bernardo, preso preventivamente durante a Operação Custo Brasil, é transferido pela Polícia Federal de Brasília para São Paulo  (Foto: José Cruz/Agência Brasil)O ex-ministro do Planejamento Paulo Bernardo, preso preventivamente durante a Operação Custo Brasil, é transferido pela Polícia Federal de Brasília para São Paulo (Foto: José Cruz/Agência Brasil)


Os oito presos da operação Custo Brasil passaram a madrugada desta sexta-feira (24) na sede daPolícia Federal na Lapa, na Zona Oeste de São Paulo. Entre eles está o ex-ministro do Planejamento Paulo Bernardo, apontado como um dos principais beneficiados do esquema de propina que desviou R$ 100 milhões dos funcionários públicos que fizeram empréstimo consignado.

Eles dormiram em celas, mas não foi divulgado se eles dividiram o espaço durante a noite. O grupo deixou a sede da PF por volta das 8h20 e foi levado à Sexta Vara da Justiça Federal, na Alameda Ministro Rocha Azevedo, em três viaturas.


Até o meio dia, três já haviam prestado depoimento: Daisson Silva Portanova, Joaquim José Maranhão e Valter Correia da Silva, segundo a assessoria da Justiça Federal. A previsão é que Paulo Bernardo seja o último a ser ouvido.

Após prestarem depoimento, os presos irão voltar para a Lapa e devem ser interrogados pela Polícia Federal ainda nesta sexta.

Paulo Ferreira, ex-tesoureiro do PT, e o advogado Guilherme de Sales Gonçalves, apontado como operador do escritório de advocacia que repassava o dinheiro por serviços fictícios para Paulo Bernardo, continuam foragidos.


Segundo o Ministério Público Federal, a empresa contratada pelo Ministério do Planejamento para gestão de crédito consignado a funcionários públicos , o Grupo Consist, cobrava mais do que deveria e repassava 70% do seu faturamento para o PT e para políticos. A propina paga entre 2009 e 2015 teria chegado a cerca de R$ 100 milhões. "Dezenas de milhares de funcionários públicos foram lesados", disse o superintendente da Receita Federal em São Paulo, Fábio Ejchel.

A Operação Custo Brasil foi deflagrada nesta quinta-feira em cinco estados. Ao todo, foram expedidos 65 mandados judiciais, sendo 11 de prisão preventiva, 40 de busca e apreensão e 14 de condução coercitiva, quando a pessoa é levada a prestar depoimento.
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Logo pela manhã de quinta-feira (23), a sede do Partido dos Trabalhadores em São Paulo foi cercada por oito homens do grupo de pronta intervenção da PF, um equipe de elite treinada para controlar distúrbios. Lá dentro, agentes federais vasculharam armários e gavetas.

Os documentos recolhidos foram levados para a sede da PF na capital paulista. Nas caixas dava para ver que havia recibos e material da campanha eleitoral de 2014.

Segundo os investigadores, o esquema de corrupção começou em 2009 e só terminou em agosto do ano passado. Foi quando a Operação Lava-Jato deflagrou a Operação Pixuleco, que deu as pistas para a operação realizada nesta quinta-feira.

Paulo Bernardo, ex-ministro do Planejamento e Comunicações nos governos Lula e Dilma Rousseff, deixa o Instituto Médico-Legal (IML) de São Paulo. Bernardo foi preso em Brasília na manhã desta quinta (23) na Operação Custo Brasil (Foto: Gabriela Biló/Estadão Conteúdo)Ex-ministro Paulo Bernardo deixa o Instituto Médico-Legal (IML) de SP (Foto: Gabriela Biló/Estadão Conteúdo)
Avião da PF levou os presos da Operação Custo Brasil para São Paulo (Foto: TV Globo/Reprodução)Avião da PF levou os presos da Operação Custo Brasil para São Paulo (Foto: TV Globo/Reprodução)


Segundo os investigadores, o esquema começou quando Paulo Bernardo era ministro do planejamento e o ministério contratou a empresa de informática Consist para administrar empréstimos consignados para funcionários públicos.

A defesa de Paulo Bernardo negou que a contratação da Consist teve seu aval e chamou a prisão do ex-ministro de ilegal. O PT classificou a ação da PF de "midiática" e disse que há uma tentativa de criminalizá-lo. A Consist disse que sempre colaborou com a Justiça e as investigações.

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