Responsável por julgar casos em primeira instância no estado do Rio de Janeiro da maior operação de combate à corrupção já vista no Brasil, a Lava-Jato, o juiz federal Marcelo Bretas se diz surpreendido com o tamanho da organização criminosa que tem ajudado a desmontar. Partiu dele a decisão de colocar atrás das grades o empresário Eike Batista e o ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, que de personalidades prestigiadas passaram a ter os nomes estampados nas páginas policiais.
Em entrevista exclusiva ao Diario, concedida em Berlim, o magistrado – um dos integrantes da comitiva brasileira na Alemanha – fala sobre a rotina de trabalho e também sobre o papel da Justiça nacional. Na avaliação do juiz, a Operação Lava-Jato modificou a forma com que a justiça é feita e a própria imagem do Judiciário perante a sociedade. “Representou um amadurecimento da própria Justiça, que mostrou para a sociedade que ela não se importa se o réu é rico, poderoso, ou não”. Com duas décadas de profissão, ele lembra que já houve uma fase em que ficou desanimado de trabalhar na área penal por “não ver muita efetividade”, mas que a situação hoje é completamente diferente. “A sociedade não admite mais, principalmente nesses casos de corrupção, uma Justiça diferente da que é feita na Lava-Jato. Nesse sentido, eu digo: a Lava-Jato não vai acabar nunca”, declara.
Marcelo Bretas também deixa claro que nunca recebeu convites de partidos políticos e que não tem nenhum interesse em entrar para a política e fala sobre sua rotina atual e planos futuros.
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