A decisão do PCdoB de lançar candidato próprio ao Planalto pode fazer com que o PT, pela primeira vez em sua história, dispute a Presidência da República em 2018 isolado, sem nenhum partido aliado. O cenário hoje projetado é resultado de um desconfiança por parte dos tradicionais aliados dos petistas com relação à manutenção na disputa do nome do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ameaçado por condenações judiciais.
Em 2014, quando foi reeleita, Dilma Rousseff (PT) teve apoio de outros oito partidos, além do PT, o que lhe garantiu quase metade do tempo de televisão na propaganda eleitoral gratuita. No ano que vem, as alianças poderão ajudar também a trazer recursos para a campanha, já que o fundo criado para custear as eleições será repartido entre as legendas.
Desde 1989, o PCdoB apoiou os petistas em todas as eleições. No último domingo, a legenda anunciou a deputado estadual Manuela D`Ávila (RS) como pré-candidata da legenda ao Planalto. O PDT, que apoiou Dilma em 2010 e 2014, já está com a pré-campanha de Ciro Gomes nas ruas.
Com o apoio ao impeachment no ano passado, os demais partidos que estiveram ao lado de Dilma em 2014 (PMDB, PP, PSD, PR, PRB e PROS) romperam com o PT, o que inviabiliza um acordo no plano nacional para a eleição do ano que vem.
Apesar do cenário com poucas possibilidade de aliança, petistas minimizam o afastamento de antigos aliados e acreditam que Lula, se tiver a candidatura confirmada, vai reunir outras legendas em torno de seu nome. O ex-presidente foi condenado, em julho, pelo juiz Sergio Moro a 9 anos e 6 meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Se a sentença for referendada na segunda instância, o petista seria enquadrado na Lei da Ficha Limpa, ficando impedido de concorrer.
— Não existe candidatura isolada com 35% de intenção de voto — disse Alexandre Padilha, um dos vice-presidentes do PT, em referência ao patamar de intenção de voto de Lula nas pesquisas.
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